quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Adeus.


"-Adeus - disse ele à flor.
Mas a flor não respondeu.
-Adeus - repetiu ele.
A flor tossiu. Mas não era por causa do resfriado.
-Eu fui uma tola - disse finalmente. - Peço-te perdão. Procura ser feliz.
A ausência de censuras o surpreendeu. Ficou parado, completamente sem jeito, com a redoma nas mãos. Não podia compreender essa delicadeza.
-É claro que eu te amo - disse-lhe a flor. - É culpa minha não perceberes isso. Mas não tem importância. Foste tão tolo quanto eu. Tenta ser feliz...Larga essa redoma, não preciso mais dela.
-Mas o vento...
- Não estou tão resfriada assim...O ar fresco da noite me fará bem. Eu sou uma flor.
-Mas os bichos...
- É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas! Do contrário, quem virá visitar-me? Tu estarás longe...Quanto aos bichos grandes, não tenho medo deles. Eu tenho as minhas garras. (...)"

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