domingo, 6 de abril de 2014

22 anos e 22 lições.

16 - Drama é algo dispensável. Muita gente gosta de sofrer. Acredito que inclusive, todo mundo tem uma tendência a curtir um sofrimento. Há até quem faça do sofrimento um sentido para a sua vida. Mas a verdade que as experiências da vida vão nos mostrando é que a vida já é bem difícil sem a nossa ajuda. Então, se as dores e perdas fazem parte da nossa existência, apegar-se a essas dores e alimentá-las é uma escolha que eu só posso entender , cada vez mais, como uma escolha errada (sim, serei ousada o suficiente para falar em certo e errado, esse ponto merece). É preciso se desapegar do drama. E para isso é preciso uma certa humildade para reconhecer, por exemplo, o quanto nós gozamos e nos sentimos até queridos , por outras pessoas, através dos dramas que criamos ( no caso, quando as pessoas cedem a eles.). Há quem nunca queria realmente se desligar desse lado dramático da vida e das relações, mas para mim, drama só tem me cansado cada vez mais e tenho entendido esse tipo de coisa, como uma perda de tempo. Temos que desapegar dos nossos dramas solitários também, que não envolvem os outros. Se livrar da tendência a piorar tudo que acontece conosco, ou a radicalizar as situações que vivemos, assumindo uma visão fatalista de mundo. Reforço: a vida já é difícil sem que a gente ajude a dificultar. E se relacionar com as pessoas, idem. Claro que o princípio do equilíbrio vale aqui para nos lembrar de que evitar o drama não vale se temos que chegar ao ponto de nos tornarmos insensíveis. Mas dramatizar tudo a gente deixa pras obras de ficção. Na vida, drama só exaure.

17- Nem toda companhia é válida. E essa não é uma conclusão fácil, que diz respeito a uma questão de sintonia maior ou menor com as pessoas. Por motivos óbvios, não são todas as companhias que vão nos agradar. Mas entre as que nos agradam, é preciso aceitar que nem todas valem a pena. Há gente que vamos conhecer e que nos farão mais mal do que bem, ainda que os momentos bons sejam realmente bons. Ao invés de insistir nelas, é melhor se afastar. E muitas vezes, é preciso uma certa frieza para isso, uma vez que podemos acabar gostando bastante de pessoas que nos fazem mal. Mas senso de autopreservação não é falta de amor. Muito pelo contrário. Quando nos preservamos aí sim estamos dando uma prova de amor para quem gosta de nós, nos tornando realmente preparados para amar e cuidar gentilmente das pessoas, sem a urgência de uma dependência do amor alheio para amarmos a nós mesmos – dependência essa  que muitas vezes nos leva a cometer atos invasivos, de exigência do amor do outro. Então acho que é possível e produtivo encarar a frieza que é necessária para nos afastar de quem nos faz mal, como algo bom e até como uma prova de amor àqueles que nos fazem bem. Há muita gente por aí que não vale a pena, mas tenho aprendido principalmente sobre as pessoas que querem construir relações sem reciprocidade, porque acreditam que o mundo gira em volta delas e tudo na existência está deveria estar disposto para atender às suas necessidades. Essas são pessoas normalmente muito egoístas e são as que pra mim não valem muito esforço, uma vez que reciprocidade vem se mostrando tão essencial para me fazer feliz.

18 - Gentileza gera gentileza. Em uma saga que marcou minha adolescência – Harry Potter – alguém, que não me recordo quem é, relata ao próprio Harry sobre como a mãe do órfão, que ele nunca chegou a conhecer, era gentil. Então, essa mesma pessoa , faz um comentário que muito me marcou. “A gentileza é uma qualidade subestimada.”. Eu não poderia concordar mais. Falta gentileza no nosso mundo. O preço pela quebra de muitas convenções sociais que se constituíam em um excesso de gentileza que beirava a hipocrisia, talvez tenha sido a constituição de um cenário em que muitas pessoas acreditam que para se afirmarem, precisam jogar “verdades na cara das outras pessoas” o tempo todo. Pera lá! Que verdades são essas? E de quem são, essas verdades? Falta gentileza no mundo. Gentileza de entendermos, por exemplo, quando nos relacionamos nas pessoas que o tempo todos projetamos nossas esperanças e expectativas sobre elas. E também as nossas frustrações e complicações. Vamos dar um conselho e projetamos as nossas histórias e decepções nas histórias delas. Isso muitas vezes configura uma atitude invasiva, que não só magoa a pessoa como pode desestimulá-la a fazer o que quer. É preciso atentar mais para a teoria da relatividade. Cada história é uma história, temos que respeitar as histórias das pessoas e sermos cuidados também com os que nos cercam, no sentido de não invadi-los. Claro que é também responsabilidade dos aconselhados seguir conselhos acriticamente, mas não há necessidade alguma de agredirmos nossos semelhantes com os traumas que já nos agridem. E vamos mais uma vez nos valer do princípio do equilíbrio. Depois de longa e cuidadosa análise, talvez ser um pouco invasivo e contundente possa sim ajudar nossos amigos (é, o princípio da relatividade também atinge a esse tipo de situação dessa forma). Além disso, há outras gentilezas que precisam ser mais cultivadas. É preciso ser gentil sim, muito mais, no sentido clássico. Nos permitirmos nos admirarmos pelas pessoas - por exemplo, um tipo de gentileza, diante do nosso egoísmo que nos faz querer se melhores e mais especiais em tudo. Daí vem a gentileza de sabermos elogiar as pessoas, sinceramente, também. É preciso também ser gentil para valorizar o que as pessoas fazem e é preciso ser gentil para com nós mesmo, para nos valorizarmos também e nos preservamos. Por último, é preciso, principalmente na vida adulta, sermos gentis no sentido de aprendermos a partilhar nossas vidas, o que também é uma espécie de gentileza, quando temos muito a fazer e porque para sermos adultos completos, é preciso cultivar uma espécie de egoísmo sobre nossos assuntos, só para depois aprendermos a abrir mão dele( mas ainda assim, é algo necessário). 

19 – A vida adulta exige certo egoísmo, retomando o que eu acabei de dizer. É preciso cultivar um egoísmo do tipo bom, na maturidade. Só assim conseguimos construir os nossos sonhos, entendendo que temos que abrir mão de compartilhar nossos momentos para investir em gozos muito pessoais e solitários. Há de se cultivar algum egoísmo também para aprender a se preservar, enquanto vamos entendendo o tipo de pessoa que não vale nossos esforços e nos faz mal e das quais temos que nos afastar. O egoísmo também tem que nascer em relação a nossa rotina, no sentido de dedicarmos mais tempo a tarefas que digam respeito à concretização dos nossos – e totalmente nossos – desejos. Em muitos momentos, isso significa abrir mão de tempo com a família, com os amigos, com o namorado. E uma resistência pode surgir por parte dos nossos entes queridos, mas é preciso persistir, lembrando sempre que só nós e nenhum deles, por mais que nos amem, podemos lidar com as consequências das nossas escolhas.

20 – Há sempre um quê de solidão na vida. Uma das coisas mais difíceis de serem aceitas por pessoas carentes (como é, muito sabidamente, o meu caso) é: a solidão é inerente à condição humana. Pela impossibilidade que existe de sermos os outros(“os outros” só existem sempre em condição de alteridade), jamais poderemos compartilhar totalmente de todas as suas impressões e dos pequenos momentos e sutilezas que fazem do outro o que ele é, que é alternante em relação ao que eu sou com minhas memórias, momentos e sutilezas. Pela singularidade de cada existência, há sempre solidão no homem. Mal podemos compartilhar coisas que são tantas vezes ativamente mostradas para nós, já que é, por vezes, muito difícil compreender as pessoas. Uma vez que aceitamos esses limites, no entanto, a solidão não parece nem tão assustadora, nem com uma condenação pessoal. Solidão faz parte. Por muitas vezes, inclusive, é saudável. Se conseguimos ficar bem e em paz, com a nossa própria solidão, sem associá-la à falta de amor e à rejeição, muita coisa na vida pode mudar. A aceitação da solidão talvez seja um dos processos mais importantes pelos quais as pessoas podem passar para se tornarem felizes. Porque nos prepara justamente para abrir mão da nossa dependência dos nossos afetos  - o que foi tão citado aqui como algo importante no caminho para levar uma vida mais feliz. Ao mesmo tempo, mais uma vez, retomo o princípio do equilíbrio. Conviver bem com a própria solidão não pode se transformar em desejar a solidão, porque isso, pela minha experiência, não passa de uma defesa para não nos expormos aos riscos de nos assumirmos como pessoas que queremos ser amadas. E nunca conheci ninguém que não quisesse (que bom!), ainda que existam pessoas que disfarcem essa vontade melhor do que outras.

21 – Ter senso de humor torna tudo mais fácil. Uma das minhas heroínas de romance favoritas é a Elizabeth Bennet de Orgulho e Preconceito. E uma das coisas mais interessantes que eu acredito que ela declarou para seu par, o sempre muito querido Mrs. Darcy, é o quanto eles são contrastantes, porque ele era muito sério e ela adorava rir. Compartilho muito disso. Gosto muito de rir e cada vez mais percebo o poder que tem os momentos de riso compartilhados, por exemplo.  Mas além de rir das coisas da vida, ter senso de humor inclui saber rir um pouquinho de si mesmo, se assumir em suas ridicularidades, sem achar isso o fim do mundo, porque todos nós somos um pouquinho ridículos e às vezes muito das nossas melhores coisas vem à tona quando estamos sendo “ridículos”. Dessa maneira, a gente consegue tirar um pouco o peso das coisas que vivemos, o que nos permite, inclusive, pensar melhor sobre elas e desfazê-las de qualquer concepção dramática que estejamos tendo.

22 – Happiness is only real when shared. Last, but not least. Tudo na vida é melhor, quando se está acompanhado. Poucas sensações são melhores, talvez nenhuma sensação seja melhor, do que aquela de que você está realmente sendo acompanhado. Uma companhia verdadeira, é difícil de se encontrar hoje em dia. Tem muita gente por aí investindo em “afeto” só pra fazer número (número de contar e número de circo) em rede social. Mas há também muitas pessoas que possuem aquela gentileza que já citei aí em cima, de compartilhar com você um pedaço das suas vidas e dos seus sonhos e com quem você pode fazer o mesmo - são elas as mais importantes de se cultivar no seu caminho. É essa gente bonita, que torce por você , como se tivesse torcendo pra si mesmo, que vibra com você, fica chateado com você, se algo dá errado e que está com você no dia-a-dia. Não estão só nos momentos bons, porque isso é muito fácil. Nem só nos momentos ruins, porque isso é sadismo. Companhia sincera e verdadeira é aquela com a qual você pode contar no seu dia-a-dia, na sua luta diária, pra compartilhar alegrias e tristezas, para ser ajudado e ajudar. Para mim, poucas coisas me fazem mais feliz do que já ter compartilhado meu caminho com companhias assim e compartilhar ainda hoje. A vida vale a pena quando pode ser compartilhada. E se o que importa dos nossos sonhos, não é exatamente o ponto de chegada, mas a jornada que traçamos, ter alguém pra te acompanhar na sua jornada , alguém que te ajude a construir seu sonho, é a coisa mais bonita que se pode ter. Não há amor mais bonito do que aquele que ajuda o ser amado a construir a independência do próprio amor. Por isso talvez o amor de pai e mãe seja o mais admirado que existe. Falo então de companhias que não inspiram nem dependência, mas inspiram coisas boas e inspiram pra vida .E viva às companhias verdadeiras, que dividem com a gente a grande aventura das lutas diárias, se preocupando conosco e dividindo conosco – a essas, aprendi que devo dar toda a minha dedicação e carinho.


sexta-feira, 4 de abril de 2014

22 anos e 22 lições.

10 – É preciso tentar fazer o melhor que se pode fazer. Até agora se falou em sonhos, expectativas, objetivos e perspectivas, mas vamos agora para o lado não tão bonito. Não importa o que você quer ser da vida, o que quer fazer com ela, é preciso batalhar para as coisas acontecerem. E como em toda a batalha, há muito que não é bonito, nem ideal como são as nossas expectativas. Todo sonho tem um lado cotidiano, arrastado e difícil. É preciso se esforçar todos os dias! A luta e o esforço tem que ser constantes e nós temos que nos esforçar o máximo que podemos para fazermos aquilo que nos propomos a fazer. Essa é condição essencial para se viver os sonhos que construímos para as nossas vidas, mas também para viver, de forma geral. Somente assim teremos a sensação de nos apropriarmos das nossas vidas e das nossas próprias questões, pois saberemos que estivemos inteiros ali, disponíveis para elas. É preciso dar o nosso melhor – ou ao menos, tentar dar – em tudo que fazemos. Nem sempre o nosso melhor será, é claro, o suficiente para atender nossas projeções sobre os resultados dos nossos investimentos. Ainda assim, a única forma de ter paz interior, é se saber totalmente e cada vez mais (quando não for suficiente, que se tente mais ainda!) envolvido com a própria vida. Aliás, “ser envolvido com a própria vida” pode parecer uma redundância. Como viver sem estar envolvido pela própria vida? Ledo engano achar que estar envolvido na própria vida e nas próprias questões é inerente a viver. Quantas pessoas que conhecemos que vivem em um mundo de idealizações, alheios à própria realidade? Ou quantas pessoas vivem o sintoma do eterno adiamento daquilo que querem fazer ? Quanta gente não deixa pra começar a vida no dia seguinte, todos os dias? Quantas pessoas estão vivendo a fábula da espera pelas condições perfeitas para começarem a se esforçar e caminhar em direção às coisas que tem vontade de fazer? Mas ao mesmo tempo, que sensação melhor e mais saudável pode haver do que aquela de que você está vivendo a sua vida? Que você está agindo, construindo, trabalhando e criando e não está passivo diante dos acontecimentos do mundo e daquilo que te causa? É preciso estar em dia consigo mesmo pra ser feliz e isso exige esforço, coragem para lutar contra a preguiça e vontade de viver ! Por outro lado, a condição mesma de tentar dar o melhor nas várias esferas de vivência que compõem a tessitura das nossa vidas exige que nos coloquemos limites. Dar o nosso melhor implica em um limite bem na medida do quanto podemos nos esforçar pra cada pedacinho da nossa vida sem mitigar o outro. Em alguma momentos, uma parte de nossas vidas terá prioridade, em outros, nem tanto, mas não dá para abandonar nunca o esforço de dar o nosso melhor em tudo que somos e fazemos, porque só assim somos completamente tudo que somos.

11- Ser adulto é bom. Se é preciso estar envolvido com a própria vida, não há momento mais propício pra isso acontecer do que a maturidade. Há quem passe a vida adulta se ressentindo das responsabilidades que ela implica, mas eu não poderia estar curtindo mais ser uma pessoa adulta, maior de idade e com cada vez mais responsabilidades. Quando vai chegando essa época da vida, cada vez mais nossa vivência diária vai exigindo responsabilidades de nós. O momento em si nos obriga a nos apropriarmos de coisas que antes eram resolvidas por outras pessoas para nós. Passamos a lidar com responsabilidades cada vez maiores, conhecer processos burocráticos, entender as obrigações práticas do dia-a-dia. Para mim esse processo foi ainda mais significativo pelo fato de que a minha maturidade veio com a saída de casa. Moro, a maior parte do meu ano, já há um tempo, em outra casa e outra cidade, longe dos meus pais. Isso me fez valorizá-los muito mais, inclusive, porque eu pude e posso entender, cada vez mais, a trabalheira que dá, a manutenção de uma vida adulta, em todos os pequenos detalhes que permeiam a nossa existência. E digo isso para as coisas mais ordinárias inclusive. Somos obrigados a perceber que há de se dar conta do lixo que produzimos, da manutenção e limpeza das coisas materiais que conquistamos, percebemos como a vida é cara, que é preciso garantir o pão nosso de cada diz ( seja garantindo a farinha, como preparando a massa) e que enfim, uma vida custa. Não apenas no sentido financeiro (que é um sentido bem importante, na verdade), mas custa esforço, zelo e que é preciso dar conta de nossas responsabilidades. De repente também, quando nos pegamos adultos, inúmeras novas responsabilidades vão sendo exigidas: prazos se tornam cada vez mais sérios, assim como as consequência das nossas ações e das nossas não ações. Afinal, tudo agora não é mais para um futuro distante, quando adulto você já está a todo momento, construindo sua carreira, seu futuro profissional (agora!) e que cada momento é importante para investir nessa faceta nossa que será sempre tão importante e definirá tanto do que somos (embora não possa de jeito nenhum definir tudo). Quando se é adulto, o mundo espera mais de nós, as pessoas e nós mesmo também. Há quem sofra bastante com esse novo mundo de responsabilidades, mas é possível também encarar como o momento mais propício da vida para começarmos a viver nossos sonhos. Afinal, enquanto aprendemos a ter responsabilidades maiores e mais numerosas, pegamos uma certa manhã sobre o que é assumir responsabilidade e daí em diante, podemos assumir também as responsabilidades que temos que assumir para com e por nós mesmos se queremos ser felizes. Além disso, a maturidade exige escolhas importantes: uma vez que você tem que se concentrar em construir uma carreira e algo de importante pra sua vida, que te sustente e torne independente, isso demanda tempo e concentração acerca das coisas que são necessárias para esses desejos (e até necessidades) se concretizarem. Você acaba tendo que escolher, um dia da sua vida, entre terminar o trabalho da faculdade, a leitura para monografia, entregar o relatório do trabalho no prazo certo, e ficar por exemplo, em casa curtindo uma fossa eterna por causa de uma briga com um namorado. Você percebe que não há muito mais espaço para dramas adolescentes na sua vida, porque há muitas coisas acontecendo e você não pode ficar preso aos sentimentalismos excessivos da adolescência. Aliás, você percebe que tem escolher entre ficar preso a isso e sofrer as consequências depois, ou viver sua vida e atender às suas responsabilidades. E isso é muito importante, porque aí está um ótimo material tanto para trabalharmos como tudo na vida é uma questão de escolha, como para entendermos que precisamos construir algo para nós, além da vivência das nossas afetividades  e do mundo social que costuma ser intensa na infância e na adolescência. Resumindo: os saudosistas que me perdoem, mas cheguem sua Síndrome do Peter Pan pra lá! Ser adulto é muito bom. É um momento perfeito para construirmos a nossa felicidade e nossa independência, que depois de um certo momento da vida, acabam mesmo estando muito intimamente ligadas.  11-a) Essa lição sobre a vida adulta e as responsabilidades que ela carrega me rememoram uma outra lição, essa de cunho muito pessoal, que talvez não seja válida para tantas pessoas, mas que é muito importante pra mim. Eis ela aqui: Rotina é uma coisa boa. Há que não suporte viver dela, mas para mim, criar e viver uma rotina e se esforçar para seguí-la é a melhor coisa que se pode fazer para traduzir a construção dos nossos sonhos em ações diárias que darão concretude a nossa jornada. Além disso, eu vivo um prazer imenso, beirando o irracional, em manter uma rotina (ainda que seja uma coisa realmente muito, muito difícil), pela sensação maravilhosa de consistência e constância que ela me proporciona.

12 – É preciso ter paciência. Minha mãe diz que minha bisavó sempre dizia: “É preciso ter paciência até pra sofrer”. E essa sabedoria eu levo para vida. Todo e qualquer sofrimento é duplicado pela ansiedade e toda e qualquer felicidade é diminuída pela metade, pelo mesmo motivo. Paciência talvez seja uma das coisas mais difíceis de aprender para o nosso mundo do tudo-ao-mesmo-tempo-agora, mas também é uma das mais importantes. É preciso ter paciência com nossos caminhos, que são muitas vezes tortos, é preciso ter paciência para esperar pelo que se quer, senão é possível que não se consiga, por puro cansaço, é preciso muitas vezes, paciência para as coisas irem se resolvendo, porque simplesmente há momentos em que não há nada a se fazer quando algo está ruim, é preciso paciência com as pessoas para garantir uma postura correta frente aos nossos semelhantes e é preciso paciência com nós mesmos para a gente conseguir esperar pelas transformações que acreditamos necessárias para os nossos caminhos. A vida é feita de processos e temos que respeitá-los. Mas paciência, é bom lembrar, não é passividade, não é aceitar qualquer coisa que as pessoas fazem com você, nem muito menos é benção. Paciência é treino ! Então lembremos disso sempre que possível, para a exercitarmos.

13 – Perdoar significa libertar. Falando em lições muito difíceis de serem aprendidas, mas muito importantes, é preciso lembrar do perdão. Todas as grandes e importantes doutrinas e filosofias de vida e religiosa ensinam sobre o poder do perdão. Posso falar com algum (mínimo e torto) domínio sobre a tradição cristã. Não quero fazer propaganda religiosa, até porque, não sigo nenhuma religião. Mas acredito que o que há de mais importante em cada religião é onde elas ensinam não como viver para a morte, mas sim como viver para a vida - é o caso das lições sobre perdão. É bem sabido que o tal Jesus Cristo tinha muitas e bonitas histórias sobre perdão e sobre perdoar – que era um papo muito revolucionário na sua época do “olho por olho, dente por dente” e que persiste revolucionário ainda hoje. Talvez seu mais simbólico caso de perdão seja aquele dado a Maria Madalena, quando ele se compara, enquanto pecador, à uma prostituta, o que mexe com questões que desafiam toda a moralidade da sua época, a sociedade masculina e machista em que vivia, mas também incomoda em questões muito irracionais como as que são sempre as que dizem respeito à sexualidade e moralidade. É preciso saber perdoar mesmo os casos que nos desafiam hoje, como o caso de Maria Madalena desafiou sua época. E o primeiro passo para isso talvez seja entender e compreender a condição humana como uma condição limitada, inconstante e falha. E claro, como tentou demonstrar Jesus, isso é assim para todos. Todo mundo erra sempre, todo mundo vai errar, já dizia a sábia música. Não adianta se apegar ao erro dos outros e se ressentir para sempre deles. É preciso tentar compreender as pessoas e fazer um esforço ativo para construir o perdão, entendendo, inclusive, o quanto das nossas decepções não dizem respeito a expectativas que nós mesmos criamos e projetamos nas pessoas e sobre as quais elas não tem responsabilidade nenhuma, só nós temos (isso ajuda muito para começar a perdoar). Depois disso, temos que aprender a nos colocar no lugar das pessoas, o que não é muito fácil e precisa do de um esforço relativizador e muito racional da nossa parte. Mas é um esforço que vale a pena. Perdoar as pessoas nos liberta, porque quem guarda ressentimento é quem realmente fica escravo das situações ruins. Mais importante ainda do que perdoar os outros, talvez seja a lição sobre perdoar a si mesmo. Maria Madalena, viveu como santa porque pode perdoar a si mesmo e a seu passado. É só perdoando a nós mesmo que podemos nos aceitar melhor e construir nossos caminhos longe das frustrações que tivemos com nós mesmos no passado. É preciso perdoar as nossas próprias escolhas erradas, caminhos tortos e incapacidade. Não é possível viver o que queremos se antes de construir uma coisa verdadeira estamos sempre tentando nos compensar a nós mesmo por um passado infeliz. Além disso, talvez a única maneira de aprendermos a perdoar realmente as pessoas, seja primeiro, aprendendo a nos perdoarmos. Esse história de perdão nos leva muito diretamente a um outro fato:

14 - Cultivar raiva só faz mal a quem a cultiva. Sentir raiva é uma coisa comum, e, querendo ou não, humana. Cultivar a raiva, já é outra história. O tempo passa, as coisas mudam, o choque das decepções se dissipa e isso é uma oportunidade que a vida nos dá para vivermos bem. Se escolhemos, no entanto, não nos entregarmos a esse processo natural e ficamos alimentando a raiva pelas situações ruins que aconteceram, ou os conflitos que despontaram no nosso caminho, estamos plantando a semente da autodestruição. Raiva só faz infeliz as pessoas que escolhem se apegar a ela.Todos os outros envolvidos na situação que despertou a raiva e que escolheram seguir em frente, podem até ter sido os errados da história, mas serão aqueles que poderão ser felizes. Ser feliz vale mais do que provar às pessoas de que se está certo, nas nossas situações de conflito. Até porque:

15 – Você não tem que provar nada a ninguém. Esqueça qualquer sentimento de dívida que não seja com os seus próprios princípios, os seus sentimentos e a sua vontade. Não fomos colocados e um mundo tão bonito para passarmos o resto das nossas vidas tentando provar para as pessoas que somos bons. O sentimento de que temos que corresponder às expectativas sociais sobre nós, é um sentimento baseado em uma terrível necessidade de aprovação que como nós já dizemos, é mais destrutiva do que construtiva. Não há caminhos certos e errados, há caminhos singulares e não há porque desperdiçar tempo e energia tentando provar às pessoas que somos bons, ou que somos isso, ou que somos aquilo e que as escolhas que fazemos são mais ou  menos corretas. Primeiro, porque as pessoas veem o que elas querem ver. Segundo, porque ninguém que está esperando algo de nós vai realmente alguma vez na vida viver todas as consequências que teremos que encarar se quisermos colocar a frente de nós mesmos a vontade de atender e corresponder às projeções alheias. Se há algo que você quer provar a alguém, isso tem que passar antes por você, por uma vontade sua de ser algo, ou por um princípio moral seu – e unicamente seu – ao qual você precisa corresponder. Não há ninguém no mundo que possa nos dizer o que fazer , ou a melhor forma de fazer. Não podemos colocar a nossa vida em função de provar algo nem mesmo aos nossos pais, que nos deram a vida e que muitas vezes fazem tudo por nós. Nada disso significa ser ingrato, mas a gratidão tem que ser um sentimento sincero que parta de você e não uma obrigação de provar algo a alguém, ou compensar um sentimento de dívida.

(Continua.) 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

22 anos e 22 lições.

Hoje dia 02 de abril de 2014, eu completo meus 22 anos de idade e, como não poderia deixar de ser, tudo é muito diferente do que eu imaginei que seria - seja pra pior, ou pra melhor. E  me peguei pensando, na véspera de mais uma primavera completa, sobre tudo que eu aprendi até agora com a vida. Todo aniversário é época de reflexões, rever atitudes e fazer projeções pro futuro. É, afinal, um "ano novo" no sentido matematicamente mais correto da expressão. Daí achei que seria interessante talvez fazer uma lista do que eu já acumulei de percepções sobre a vida . Esse é um exercício interessante pra fixar aprendizados e um dia será um exercício mais interessante ainda rever essa lista e ver o que ficou e se sustentou ao longo dos anos, o que mudou e porque. Sendo assim, vamos à lista ! Um item para cada aninho de vida!

1 - É importante ter equilíbrio. Embora todos os itens aqui listados estejam colocados de forma aleatória, essa primeira lição talvez seja a mais importante - porque permeia muitas outras. Não é papo de gente que faz ioga. Tudo na vida depende de nos mantermos equilibrados. Nada na vida pode nos consumir e anular as nossas forças e as nossas vivências das várias dimensões que compõem a nossa existência. Se isso acontece e há uma área de nossa vida que eclipsa todas as outras, ou um assunto, ou um alguém que se torna alvo de uma obsessão sem fim, ficamos cegos pra vida. A vida é múltipla e a multiplicidade dos âmbitos vividos só pode nos ajudar a caminhar. Cada área da nossa vida vai, de pouquinho em pouquinho compensando o que há de bom ou ruim na outra e aí vamos construindo nossa estrada. Investir tudo que há de nós em apenas uma área da nossa vida é correr o alto risco de nos perdermos e nos quebrarmos por motivos que várias vezes estão fora do alcance de influência de nossas ações(se ficamos dependentes dos nossos relacionamentos e relações, por exemplo, é justo que essa seja a área que definirá se tivemos fracasso ou sucesso na nossa vida, sendo que depende de uma coisa tão abstrata, fora de controle e às vezes inalcançável, como o sentimento dos outros?). Por outro lado, sendo pragmática, precisamos desse equilíbrio porque a vida não é uma maravilha em que as coisas são sempre diretamente e proporcionalmente uma resposta correspondente aos nossos esforços e investimentos. Isso jamais deverá ser uma desculpa para não nos esforçarmos e darmos o nosso melhor , dentro de nossos limites, para conquistarmos o que queremos, mas, ao mesmo tempo, não é possível idealizar os caminhos - às vezes,não basta. A vida não é feita pra ser justa - e esse não é um papo de amargura - a vida não é feita pra ser nada. Ela é o que fazemos dela , então temos sempre que garantir o que podemos garantir, dando o melhor para o que nos propomos. Mas é sempre preciso caminhar de forma equilibrada. Obsessão não leva a muitos lugares bons. O que nos leva a um outro ponto:

2- Dependência de qualquer coisa, é horrível. Se é preciso manter o equilíbrio , é porque colocar a nossa vida em relação de dependência com qualquer coisa, é uma das coisas mais destrutivas que podemos fazer. Qualquer tipo de dependência é um escapismo. Dependência química, dependência em trabalho, em vídeo game, em qualquer coisa. Alimentamos dependência para não termos que lidar com as nossas questões. Não temos que depender em sentido prático de nada, nenhuma coisa, nem de ninguém. . Mas, principalmente, não podemos depender sentimentalmente de ninguém. A nossa vontade de sermos amados, desejados, queridos, que acredito que é tão universal, que pode ser chamada de humana, deve ser respeitada como algo inerente à nossa espécie, algo comum e que nos une e cria empatia. Isso significa que não devemos ter vergonha ou medo, de querermos ser amados e queridos. Mas não é bom respeitar essa vontade a ponto de perder o respeito por si mesmo e pelos outros. Ser amado deve ser sempre uma consequência, não uma obrigação e não devemos depender disso para viver nossas vidas. Se apenas conseguimos construir a nossas vidas em cima da aprovação e do amor dos outros, nos tornamos frágeis, perdemos o respeito por nós, e abandonamos, em nome do vício do amor, os nossos desejos, os nossos sonhos e as nossas opiniões. Abandonamos a nós mesmos porque queremos, acima de tudo viver em função do amor dos outros e pra sermos o que os outros querem que sejamos. E enquanto isso, desperdiçamos a nossa vida e sofremos consequências que ninguém terá que encarar além de nós. A vontade de viver e participar da vida deve ser autossuficiente, e não pode existir em função do desejo de ser amado, porque então, todas as outras áreas da nossa vida são contaminadas por esse sintoma e tudo que fazemos virará uma maneira de acariciar nosso próprio ego. Sendo assim:

3- Love is not all you need. A ideia de que o amor pode ser nosso único alimento pra vida é bonita,  mas só funciona em música. A não ser que estejamos falando de um amor maior, pelas coisas e pela vida. Mas quando se trata de amor entre as pessoas, esse não pode ser o único sentido das nossas vidas. Se ficarmos presos à ideia de que nossos relacionamentos vão nos sustentar como pessoas, nos tornamos dependentes. E como eu já disse aí em cima, tem nada de bom em ser dependente. É preciso transcender a nossa vontade de ser amado e construir algo por e somente para nós mesmos. Em sentido prático, é o seguinte: se amamos somente as pessoas e não nos entregamos para desejos que são só nossos, nós sequer teremos algo para compartilhar com quem amamos, porque a única coisa que temos e construímos é nosso amor por eles e isso não é só chato, é triste. O âmbito sentimental da vida é muito instável e não podemos depender de , para nos amar e nos interessarmos pelas coisas, ter o amor e a companhia dos outros. Nunca sabemos o que acontecerá amanhã. As pessoas se separam, as pessoas se afastam, as pessoas morrem e a vida é assim e precisa continuar. Precisamos, para continuar junto com ela , de algo que seja só para nós e só nosso, algo que nos cause e nos interesse no mundo para além da vontade de ser amado e desejado, ou seja:

4- É preciso alimentar um sonho, que seja só nosso e não dependa de mais ninguém. A vida é muito vasta e bonita e sempre alguma coisa nela nos causa, pela nossa constituição emocional mesmo. É preciso se apegar a esse sentimento e alimentar um sonho sobre o que queremos viver nessa vida e o que queremos ser. Dessa forma, construímos um sentido pra nossa vida para além da nossa vontade de ser amado. Preenchemos-a trabalhando e construindo algo  que importa para nós e só para nós. É disso que precisamos para ser feliz : de uma jornada que empreste sentido para a nossa vida e para o nosso dia-a-dia, em menor escala. Ter um objetivo do que fazer com as nossas existências é essencial. Mas para chegar a construir efetivamente um caminho para nós mesmos: 

5 - Pragmatismo é importante, mas não em excesso. Se alimentamos um sonho, a vontade de ser alguém ou viver algo e não fazemos nada para se aproximar desse sonho, ou se ficamos constantemente nos autosabotando, inventado desculpas, estamos apenas alimentando o nosso sintoma , que não nos permite sair do lugar. Agindo dessa forma, subverte-se a melhor ideia possível para nos curarmos das dores existenciais e da dependência da aprovação e do amor alheio, que tanto sofrimentos causam. Há exigências para se seguir um sonho e uma delas é ter um certo pragmatismo. Criar objetivos concretos, investir em transformar o caminho para esse sonho em parte da sua rotina e persistir nisso até que você se torne o seu caminho. É preciso abrir mãos de muitas idealizações para isso, porque a realidade e a experiência sempre nos mostra faces das coisas que não poderíamos apreender enquanto desejávamo-as de longe. É preciso também saber traçar objetivos concretos e aprender com as nossas experiências. Mas vale aqui o princípio do equilíbrio. Pragmatismo em excesso nos torna pessoas egoístas, que só enxergam sua própria vontade e conforto. Você pode ser assim, se quiser, mas provavelmente se tornará uma pessoa solitária. Além disso, aos poucos, vai se perdendo a capacidade mesmo de alimentar os sonhos. Porque todo sonho precisa de um pouco de idealização. Até porque, enquanto nos transformamos, se nos entregamos para falta de idealização completa do que nós ainda somos e do que ainda não somos, isso pode ser desestimulante e levar à autossabotagem. Mas precismos dos nossos caminhos, da nossa vida só para nós e de nos apropriar das nossas coisas a ponto de dar um sentido para nossa existência, até porque:

6 - A sua vida é sua e só sua. Tudo que fazemos na vida, inclusive nossas omissões,são escolhas de nossa responsabilidade. Isso porque ninguém no mundo jamais poderá entender , ou viverá completamente as consequências das nossas escolhas. Isso cabe somente a nós, então temos que cuidar das nossas escolhas e responsabilidades e entender que por mais que às vezes seja irresistível a vontade de culpar alguém por nosso sofrimento ou responsabilizar um outro alguém pela nossa infelicidade ou felicidade, isso é apenas uma forma de permanecermos passivos diante da necessidade de nos apropriarmos da nossa vida, refletirmos sobre o que é importante, fazermos escolhas e tentarmos, para construir, da nossa forma, o nosso caminho, como sempre construímos (inclusive nosso próprio sofrimento), mesmo que a gente não queira ver. Mas há um ponto precioso a entender nesse esforço de responsabilização e construção de uma vida mais ativa:

7- É impossível ter controle de tudo. Aceite.  Ainda que alimentemos um sonho, assumamos a responsabilidade pelos nossos atos e escolhas e nos dediquemos com todos os nossos esforços para a construção do que queremos viver, não há garantia de 100% de sucesso. Não há necessariamente, uma relação de causalidade e proporcionalidade entre o seu esforço e aquilo que haverá de retorno para você. Isso porque o que acontece na nossa vida nem sempre é consequência direta das nossas ações. Há inúmeros e complexos fatores, alguns inclusive fora do alcance da nossa razão, que constroem a complexa teia da vida e influenciam o nosso caminho. Quanto mais cedo se aceitar isso, melhor. Não quero cair em um papo místico e transcendental, mas é preciso entender a vida como ela é e aceitar o quê de aleatoriedade que ela possui. Há quem, diante disso, desanime e conclua que,se não há garantia de sucesso, não  é válido o esforço de viver um sonho. Mas acredito que isso deva ser encarado pelo lado contrário. Se há tantos fatores incontroláveis e inalcançáveis que nos influenciam, precisamos nos garantir o máximo que der, naquilo que dá para se garantir, dando o nosso melhor. Mas é bom ter em mente que não há garantias até para mantermos o nosso princípio de equilíbrio e não fazermos do nosso próprio sonho a nossa obsessão , que se der errado , e pode dar, nos definirá como fracassados. Afinal, é preciso assumir que na vida, 

8 - Há de se contar com um pouco de sorte. É preciso reconhecer que há contexto e contextos. Há aqueles contextos que tornam as coisas mais fáceis e há outros, que tornam tudo mais difícil. E esses contextos, são , muitas vezes, como já atestado, impossíveis de serem controlados , ou influenciados pelas nossas ações, em alguns pontos. Tudo isso, em última instância pode significar que há sim, um momento para as coisas acontecerem. E mais uma vez, não quero cair com isso em nenhum papo sobre transcendentalidades, nem destino. Mas os contextos que tecem a vida podem não só influenciar se as coisas acontecerão de forma mais fácil, ou mais difícil , como podem definir se elas acontecerão , ou não , ou quando acontecerão. Por outro lado nem tudo na nossa sorte nos é externo. A boa notícia é que nossa sorte também é construída pelas nossas interpretações. São as nossas interpretações sobre as situações que nos farão assumir as posturas que farão a diferença no resultado das coisas, naquilo que podem fazer. Se escolhemos ver as coisas boas de uma situação, estaremos mais preparadas para ela e para as oportunidades que ela nos dá (afinal, tudo tem seu lado bom e ruim) e uma visão pessimista das coisas, pode nos tornar mais desistentes. Tudo isso porque

9- Pensamento tem força, sim.  E esse não é um papo estilo autoajuda do tipo O segredo, que entende que o pensamento positivo te conquistará tudo que você quiser, por efeito de uma força invisível e mágica. Mas os pensamentos que nós temos influenciam a postura que assumimos perante as coisas da vida e a nossa postura define as nossas ações. Repetindo, pensamentos positivos e otimistas nos permitem enxergar melhor as oportunidades que a vida nos dá e nos dá coragem para aproveitá-las, pensamentos negativos, por outro lado, podem nos tornar até mesmo cegos para possibilidades boas. É preciso sim , então, tomar cuidado também, com nossos pensamentos. O tipo de pensamento que  cultivamos afinal, são também, escolhas nossas. 

(Continua.)