terça-feira, 25 de setembro de 2012

Reencontro com meu eu de 16 anos.



Eu, aos 16 anos, já em conflito com minha super valorização de uma racionalidade que não me pertence. rs


Como se conserta um coração partido? - eu escuto uma voz baixinha perguntar dentro de uma lembrança vaga.
Bem, se alguém tivesse uma receita exata para isso, provavelmente haveria menos carrancas pelas ruas.
Menos cartas antigas desbotadas com marcas de lágrimas, e, com certeza, um consumo muito menor de antidepressivos.
O que fazer, então, quando um coração se espatifa e quebra em milhões de pedacinhos minúsculos?
Bem, é de conhecimento universal que o tempo funciona como um super bond nessas situações, encaixando paulatinamente pedacinho por pedacinho.
Ainda assim, há pedaços que jamais se reparam.
Nem mesmo o tempo pode ajudar nesses casos fatídicos.
Os fragmentos, então, se perdem, acabam ocultos no canto da sua mente, embaixo da estante de livros onde estão suas memórias.
Mas tudo bem, porque, sabe? O coração é um músculo estúpido.
E com certeza não há melhor definição para ele do que um músculo estúpido.
Já que náo importa que ele seja esfaquiado, quebrado, espatifado, pisado, ou atirado com toda força contra a fria parede da realidade,ele simplesmente ignora toda a dor, e segue batendo, mesmo que desfacelado.
E como um tolo embriagado de fé cega, espera ansiosamente pelo próximo abraço, o próximo sorriso, a próxima surpresa, que o fará disparar , dançando e festejando ridiculamente uma troca de olhares numa manhã ociosa.
Claro que há alguns corações que secam, batem fracos - desconfiados.  Mas não há um só coração seco em toda história dos corações secos, que tenha perdido completamente a capacidade de se apaixonar.
E tudo isso é bem  estúpido, porque contraria todos os princípios da racionalidade.
E depois de uma boa dose de sofrimento, tudo aquilo sobre o qual você havia ponderado por meses, pensado e repensado, todas as conclusões que você havia chegado e as decisões de nunca mais se deixar apaixonar de forma tão idiota para não ter mais que sofrer, tudo traído pelo seu coração burro, dançando idiotamente só de ver um certo sorriso.
Maldito coração com sua irritante mania de relevar fatos não relevantes !
Bentido coração que ainda conserva um gosto doce em minha boca, independente de todo cansaço.

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